sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

ANVISA debate com médicos a proibição de emagrecedores


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) promoveu nesta quarta-feira, 23, audiência pública para discutir a proposta de proibir a venda de inibidores de apetite dos moderadores de apetite que atuam no sistema nervoso central, usados para tratar a obesidade. A intenção da agência de banir esses medicamentos foi revelada pelo Estado na semana passada.
A audiência começou sob um forte esquema de segurança. Policiais armados da Polícia Federal estão no auditório, onde está sendo realizada a audiência. O acesso é feito somente depois da passagem por um detector de metais.
O presidente em exercício da Anvisa, Dirceu Barbano, ao abrir a audiência, justificou a presença dos seguranças, afirmando que a agência recebeu ameaças à segurança da reunião. Ele pediu desculpas pela presença dos policiais federais, mas afirmou que a medida era indispensável para garantir a tranquilidade de todos os presentes. O auditório está lotado por representantes de laboratórios e da sociedade médica.
A Anvisa defende que os riscos provocados pelos inibidores de apetite superam os benefícios ao pacientes. A medida, entretanto, não foi bem recebida por entidades que representam especialistas em obesidade. Eles alegam que o tratamento será prejudicado caso a proposta vire norma. Participam da discussão, além da Diretoria Colegiada da Anvisa, representantes de profissionais de saúde e farmacêuticos e do Ministério da Saúde.
Os medicamentos que estão na berlinda são a sibutramina - considerada padrão ouro no tratamento da obesidade -, além dos derivados de anfetamina femproporex, mazindol e dietilpropiona (anfepramona), drogas que estão no mercado brasileiro há mais de 30 anos.
Sem elas, dizem especialistas, pacientes obesos ficarão sem opção de tratamento e acabarão recorrendo a cirurgias de redução de estômago ou a formas clandestinas para obter a droga.
A reunião deve se estender até as 13 horas. Antes de iniciar o debate, a Anvisa terá 40 minutos para apresentar seus argumentos com relação à segurança e eficácia desses medicamentos.
Dirceu Barbano, diretor da agência, levará em consideração os dados citados nas 90 páginas do relatório, elaborado no ano passado pela equipe técnica, que sugere a retirada imediata dessas drogas do mercado.
Um dos principais pontos a serem apresentados pela Anvisa é o resultado do estudo Scout, realizado pelo próprio fabricante da sibutramina (Abbott) com cerca de 10 mil pacientes obesos com mais de 55 anos. A maioria tinha histórico de doença cardíaca e parte deles, diabete.
Nesses pacientes foi constatado que o risco de enfarte associado ao uso da sibutramina é de 16%. Com base nesse resultado, a União Europeia considerou que o risco era extensivo a todos os pacientes e decidiu banir a droga do mercado. Nos EUA, o medicamento foi retirado das prateleiras por decisão do fabricante, após a FDA (agência que regula fármacos e alimentos) apertar o cerco contra a droga.
Para evitar a migração do receituário de sibutramina para as outras classes de medicamentos mais antigas - consideradas mais perigosas -, a Anvisa afirmou que os Estados Unidos não vendiam mais nenhuma droga inibidora de apetite.
A informação foi contestada por especialistas e, ontem à tarde, a agência admitiu a falha e atualizou o relatório, acrescentando a informação de que os americanos ainda comercializam anfepramona e fentermina. Mas, segundo a Anvisa, esse dado não altera o foco do debate principal, que é a sibutramina.
Dez minutos. O endocrinologista Ricardo Meirelles, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem), será o representante da Associação Médica Brasileira (AMB) na mesa de discussão e terá dez minutos para expor os argumentos da classe médica.
Segundo Rosana Radominski, presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), as diretrizes, atualizadas em dezembro, serão a base da contra-argumentação. Ela diz que os endocrinologistas sempre souberam que a sibutramina não pode ser indicada para pacientes cardíacos. Isso consta nas diretrizes. "Estamos preparados para contestar cada ponto do relatório da Anvisa. O problema é que teremos apenas dez minutos. São dois olhares diferentes para o mesmo problema e esperamos que haja uma solução", afirma.
O problema no Brasil56,3%
da população brasileira está acima do peso, de acordo com dados do Ministério da Saúde
13%
é o porcentual de pessoas obesas no Brasil
6.368.547
comprimidos de sibutramina e derivados da anfetamina foram vendidos no País em 2010
1 mil
pessoas aguardam para reduzir o estômago no HC de São Paulo

 


Fonte: Estado de São Paulo

Pulseiras reduzem casos de infecção hospitalar

Sistema israelense Hyginex monitora a lavagem de mãos de funcionários de um hospital

 
Um equipamento israelense de alta tecnologia foi desenvolvido ajudar a diminuir casos de infecção hospitalar. Trata-se do sistema Hyginex, que monitora a lavagem de mãos de funcionários de um hospital.

É uma pulseira, semelhante a um relógio de pulso, equipada com sensores e giroscópios que emitem sinais de alerta para lembrar o funcionário o momento de lavar as mãos.
O sistema, controlado por um software, também consegue aferir a qualidade da lavagem por meio de sensores nas torneiras. Segundo Efrat Raichmann, CEO da Hyginex, o uso desse equipamento reduziria a quantidade de dias que os paciente ficam hospitalizados devido a infecções, bem como o gasto com antibióticos.
Mais de um milhão de pessoas ficam com infecção hospitalar por ano nos Estados Unidos, resultando em uma média de 100 mortes. E, segundo Raichmann, a principal razão das infecções decorrem pela falta de higiene nas mãos.
Ainda de acordo com o executivo, os funcionários dos hospitais, em geral, fazem a higienização das mãos apenas em 20% do tempo necessário.
Não basta ficar perto da torneira para o sistema reconhecer que as mãos foram lavadas. A tecnologia possui sensores na pulseira, nas embalagens dos produtos para a limpeza e na torneira que medem a qualidade da lavagem e transfere os dados para o computador.
No futuro, a pulseira será equipada com um relógio opcional que pode ser programado para outras funções, incluindo a segurança - para que a equipe possa ser capaz de abrir ou fechar portas usando o bracelete como um dispositivo de controle remoto.
De acordo com Raichman, o grande objetivo da pulseira não é a limpeza das mãos, mas salvar vidas.

 

Fonte: Saúde Business

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Farmácias Pague Menos anuncia aporte de R$ 50 mi em Goiás ( DCI )

Jornalista: Gleyma Lima e Paula Cristina

17/02/2011 - São Paulo

No ramo de venda de medicamentos, a rede de farmácias Pague Menos investe na abertura de 50 lojas no Centro-Oeste do País, com previsão de aplicar cerca de R$ 50 milhões para isso. Com mais de 400 lojas em todos os 26 estados e no Distrito Federal, a rede Farmácias Pague Menos finalizou um processo de reestruturação das áreas de operações e vendas e criou uma gerência regional do Centro-Oeste, e prevê para essa região a abertura de 50 novas lojas - até fim de junho - com investimento de R$ 50 milhões.

Segundo Edson Câmara, diretor de operações e vendas da empresa, a rede tem crescido vigorosamente e o Centro-Oeste brasileiro apresenta um forte potencial para novos negócios. "O surgimento da nova área de operações foi natural, já que um dos focos para 2011 é aumentar nossa presença na região e no Sudeste", antecipa.

Com sede na capital cearense, a empresa tem um dos maiores centros de distribuição do País, com 110 mil metros quadrados de área, sendo 30 mil m² de área construída, além de uma capacidade para atender mil pontos de venda, como afirma a companhia. Há mais de seis anos atuando em diversos cargos na empresa, Françualdo Bozzano foi escolhido o novo gerente, sendo responsável por 22 lojas nos Estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins e no Distrito Federal. Com a promoção de Bozzano, Fernanda Rissoli e Inácia Lima comandam agora as gerências regionais de Goiás e do Distrito Federal. Elas atuam na Pague Menos há cinco e dez anos, respectivamente.

Concorrência

Além da Pague Menos, outras redes de drogarias também estão investindo em Goiás. No final de 2010, a rede Rosário amplia a atuação e inaugurou sua primeira loja em Goiás. A expectativa do grupo é a de inaugurar até junho mais dez unidades na capital goiana.

De acordo com a rede de drogarias, as novas inaugurações terão investimentos de R$ 10 milhões. Para 2011, a Rosário espera gerar no primeiro semestre mais de 250 empregos só no Estado de Goiás. Ainda em panorama de crescimento, a empresa anuncia que o intuito é abrir nos próximos 24 meses mais 20 lojas em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, visando fortalecer a marca na região e bater a líder de mercado Pague Menos.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Para economistas, crescimento do varejo não deve se manter em 2011


O crescimento excepcional do varejo em 2010 divulgado pelo IBGE confirma o forte apetite por consumo dos brasileiros num ano em que tiveram mais oferta de trabalho, mais renda e muitos estímulos do governo para conquistar ou renovar seus objetos de desejo.
Mas antes mesmo do ano acabar, a festa foi minguando com as medidas adotadas pelo Banco Central para encarecer o crédito, principal aperitivo do consumo. E em 2011, o comércio não deve esperar o mesmo desfecho, segundo economistas.
“Esse patamar de crescimento do comércio não é sustentável. Claramente estávamos muito além da capacidade de oferta da economia para atender à forte demanda. Diante disso as autoridades inciaram ações para remediar os problemas. Ações que corroboram a insustentabilidade dessa trajetória. A questão é saber se o ajuste monetário e fiscal será suficiente para lidar com o tamanho do problema”, avalia Marcelo Fonseca, economista do MSafra.
O problema citado por Marcelo Fonseca é, sobretudo, o aumento da inflação. “A maravilha do sistema (de metas para inflação, adotado pelo BC) é que o termômetro acusa quando o paciente está doente. O que nos espanta é que o paciente tem estado doente há algum tempo”.

Em dezembro as vendas no varejo já começaram a cair, segundo dados do IBGE. O economista José Francisco Gonçalves, do Banco Fator, atribui essa desalereação a dois fatores. “No detalhe dos números, o comportamento das vendas de supermercados e hipermercados, em queda há três meses, sinaliza que inflação mais alta no final do ano já começou a comer um pouco de poder de compra da população. Em segundo, as políticas macroprudenciais adotadas pelo BC afetaram a concessão de crédito com prazos menores e juros maiores”.
A expectativa é que as vendas continuem caindo. “Acredito que, em janeiro, o resultado do comércio possa até vir negativo. E para 2011, o desempenho do setor deve cair pela metade”.
Fonseca, do MSafra, acredita que as medidas que já foram tomadas e as que ainda virão, como alta nos juros e execução dos cortes no orçamento, são factíveis e vão produzir efeitos no controle da inflação. Mas não diminuem o que ele identifica como a atual “inquietação” no país.” O mercado reagiu mal ao anúncio do ajuste fiscal porque há muito ceticismo na viabilidade do plano (de corte de R$ 50 bilhões) . Eu acho que é viável, mas a questão mais importante é se é suficiente. Vamos viver mais tempo de bastante incerteza até as primeiras evidencias aparecerem”.

      Fonte: Núcleo de Estudos do Varejo - ESPM

Novos genericos no mercado nacional

Anvisa autoriza entrada de novos genéricos no mercado
 

A entrada de novos genéricos no mercado está contribuindo para ampliar o acesso da população aos tratamentos de saúde. Atualmente, a Anvisa dá prioridade ao registro de medicamentos que ainda não contam com a presença de genéricos e que são importantes do ponto de vista da saúde pública. Um exemplo é a recente concessão de registro para os dois primeiros medicamentos genéricos com a substância Tenofovir, utilizada no tratamento de AIDS.
A existência desse genérico vai permitir que a concorrência reduza o preço que o governo paga pelo produto. Outro medicamento que teve seu primeiro genérico registrado é a Dacarbazina, utilizada no tratamento de câncer, e que também vai permitir o acesso a preços menores, já que o genérico entra no mercado com um preço pelo menos 35% menor do que o medicamento de referência.
No último dia 2 de fevereiro, a Anvisa publicou a RDC 02/11, que  instituiu novas regras para os procedimentos de acompanhamento, instrução e análise dos processos de registro e pós-registro de medicamentos de interesse do Sistema Único de Saúde (SUS), especialmente os resultantes de desenvolvimento ou de transferência de tecnologia viabilizados por parcerias do tipo público-público e público-privada. Esta é mais uma iniciativa para permitir que os medicamentos mais importantes cheguem à população e ao sistema público de saúde.

Medicamentos que tiveram seu primeiro registro como genérico recentemente
Medicamento
Finalidade Terapêutica
Data de Publicação do Registro
Fumarato de Tenofovir Desoproxila
Antiretroviral – AIDS  e Hepatite B
07/02/2011 e 14/02/2011
Fumarato de Quetiapina
Esquizofrenia aguda ou crônica
03/11/2010
Rosuvastatina Cálcica
Redução do colesterol e dos riscos cardiovasculares
14/02/2011
Entacapona
Tratamento de Parkinson
17/01/2011
Dacarbazina
Antineoplásico – combate ao câncer
31/01/2011

Nesta segunda-feira (14/2),  a Anvisa publicou, também, o primeiro registro de um insumo farmacêutico ativo (IFA), princípio ativo responsável pelo funcionamento dos medicamentos. O primeiro insumo registrado na Agência é o Aciclovir, substância empregada no tratamento da herpes zoster. O início do registro de insumos farmacêuticos vai garantir a isonomia das exigências sanitárias em relação aos produtos elaborados no país e os importados. Isso significa um incentivo ao desenvolvimento dos setores farmoquímicos e farmacêuticos do Brasil, e garante o acesso a produtos de melhor qualidade pela população brasileira.


Fonte: ANVISA

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Nycomed Pharma consegue aprovacao de medicamento anti-inflamatorio para doença pulmonar

Brasil aprova primeiro medicamento anti-inflamatório para Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica

A Nycomed Pharma apresenta ao mercado brasileiro o Daxas®, medicamento exclusivo para o tratamento da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, também conhecida como DPOC. Trata-se de uma nova classe terapêutica que chega ao País, sendo a primeira terapia complementar via oral aprovada pela Anvisa. O medicamento possui ação específica e efetiva no combate às inflamações de base da DPOC, atuando como terapia concomitante aos medicamentos sintomáticos. Sua ação ajuda a diminuir as crises, também chamadas de exacerbações, que são responsáveis pela rápida progressão da doença e piora da qualidade de vida, aumentando a morbidade e a mortalidade dos pacientes.
A DPOC é uma doença crônica dos pulmões que diminui a capacidade de respiração. A maior parte das pessoas apresenta falta de ar, tosse e/ou catarro, sintomas comuns a outras doenças respiratórias, como a asma, dificultando o diagnóstico preciso. “A doença evolui a partir do agravamento das exacerbações, que vão acontecendo com maior frequência e intensidade. Sendo o tratamento dos sintomas feito por via inalatória, faltava uma medicação oral para atuar na inflamação, como terapia concomitante. Estamos falando de um medicamento inovador que age na inflamação específica da DPOC, tratando a doença de forma assertiva e suprindo uma necessidade negligenciada anteriormente”, explica o Dr. José Roberto Jardim, médico pneumologista da Unifesp (Universidade Federal da São Paulo) e membro do comitê internacional de DPOC.
As pesquisas para desenvolvimento do roflumilaste, princípio ativo da droga, começaram na Alemanha há cerca de 20 anos. “O Daxas® é o único medicamento que atua diretamente na inflamação, reduzindo o número e a intensidade das exacerbações que os pacientes sofrem. Prevenindo exacerbações, estes doentes podem ter melhor qualidade de vida.”, afirma Renata Campos, diretora da unidade de negócios prescrição da Nycomed Pharma. “Daxas® é o primeiro produto em sua classe terapêutica, por isso representa uma nova esperança para os pacientes de DPOC e um importante passo para consolidar a Nycomed como líder na área respiratória”, completa Giles Platford, gerente geral da Nycomed Pharma.
No Brasil, o Estudo Platino mostrou que somente 16% dos casos de DPOC são diagnosticados corretamente, o que prejudica o início do tratamento ainda na fase precoce. Estima-se que até 2020 a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica será a terceira causa de mortes no mundo, de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde). A previsão é baseada em uma somatória de fatores relacionados a um estilo de vida pouco saudável, muito comum em centros urbanos, e que combina o tabagismo e a poluição do ar, má alimentação, sedentarismo e situações de estresse.
A Nycomed é uma empresa farmacêutica global de capital privado que tem um portfólio diferenciado e foco em medicamentos de marca para as áreas de gastroenterologia, doenças respiratórias e inflamatórias, tratamento da dor, osteoporose e patches cirúrgicos. Uma extensa de linha de produtos para o consumidor (OTC) completa o portfólio. Suas atividades de Pesquisa e Desenvolvimento se baseiam em parcerias e a aquisição de licenças é um dos pilares da estratégia de crescimento da empresa.
A Nycomed tem 12.000 funcionários em todo o mundo e seus produtos estão em mais de 100 países. A empresa tem plataformas robustas na Europa e em mercados de crescimento dinâmico, como a Rússia/CIS e a América Latina. Nos Estados Unidos e no Japão, seus produtos são comercializados por seus parceiros locais, empresas de primeira linha, e a Nycomed pretende fortalecer ainda mais sua presença própria nos principais mercados da Ásia.
Com sede em Zurique, na Suíça, a empresa teve um faturamento total de €3.2 bilhões em 2009 e um EBITDA ajustado de €1.1 bilhão.

   
  Fonte: Portal Fator Brasil

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Medicamentos para tratamento de doencas raras somem do mercado

Laboratórios suspendem fabricação de remédios sem lucro


Vamos mostrar um problema quase desconhecido, mas muito importante: a falta de remédios para doenças raras. Como o mercado é pequeno e o lucro é baixo, os laboratórios simplesmente interrompem a fabricação. E os doentes sofrem.
João Gabriel recebe peças e brinca na salinha de um hospital de Porto Alegre. Ele tem quatro anos. Desde dezembro, faz quimioterapia. João tem leucemia linfóide aguda, um tipo de câncer que prejudica a formação do sangue e atinge, a cada ano, duas mil crianças e adolescentes no Brasil. “A gente tem índices de cura hoje, se for tudo bem feito, de 80%”, afirma Cláudio Castro Júnior, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica. Mas o tratamento do João Gabriel e de outras crianças foi interrompido por que o remédio está em falta. Chama-se asparaginase e não tem substituto. “Tirando esse remédio, nós estamos diminuindo esse índice de cura”, alerta o médico.
João deveria receber nove doses do remédio, mas tomou oito e o medicamento acabou. A interrupção pode causar uma recaída. “Eu espero que a gente não precise voltar para o início do tratamento, porque eu sei o quanto isso pode prejudicar a saúde dele”, diz Lenen de Oliveira, mãe de João Gabriel. Ao longo de um mês de apuração, o Fantástico descobriu 13 hospitais públicos em todo o país onde a asparaginase está em falta. “A Anvisa nos orientou a entrar em contato diretamente com o laboratório que fabricava o medicamento, esse laboratório nos fornece um número de telefone para que a gente efetue a compra e esse número de telefone não atende”, conta Graça Jacob, diretora do Hospital Ophir Loyola, de Belém.
Por e-mail, o laboratório Bagó, que fabrica a asparaginase, negou a interrupção no fornecimento, mas a avaliação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que fiscaliza os laboratórios, é de que houve sim “pendência na fabricação do produto no Brasil”, tanto que autorizou o Bagó a fazer uma importação de emergência. E a asparaginase não é o único remédio para leucemia que está em falta na rede pública. Há seis meses, Caio, de 17 anos, faz quimioterapia em um hospital de Barretos, no interior de São Paulo, que atende pelo SUS. O tratamento estava quase no fim, quando surgiu uma preocupação inesperada: “Há algum risco de a doença voltar”, diz o menino. É que falta um remédio chamado tioguanina. Há três meses, muitos pacientes na situação do Caio não recebem essa medicação, usada na fase final do tratamento. “A gente não sabe o que pode acontecer com o paciente ficando sem a medicação, mesmo depois voltando à medicação.
Nesse período sem a droga, ele pode apresentar recaída”, afirma a oncopediatra Érica Boldrini. Para o presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica, a tioguanina e a asparaginase sumiram pelo mesmo motivo. “São medicações já de uso muito restrito, que têm a patente vencida, tem um custo relativamente baixo e tem uma população de pacientes muito pequena. Então, do ponto de vista de mercado, é muito complicado para um laboratório ou produzir ou importar isso aí e ter uma margem de lucro adequada”, observa o Dr. Cláudio.
O laboratório GSK, que comercializa a tioguanina, admite o desabastecimento, mas diz que é temporário, causado pela mudança no fornecedor de matéria-prima. Pacientes com outras doenças também estão enfrentando dificuldades para seguir o tratamento indicado. Remédios baratos, receitados para poucos compradores, estão sumindo de farmácias e hospitais. Maria da Penha Duarte tem artrite reumatóide, uma doença incurável nas articulações. Os sintomas, que são muito dolorosos, mas podem ser controlados com uma substância chamada metotrexato. Dona Penha usou o remédio durante 14 anos. Há dois meses, não encontra mais. Esse tipo de artrite afeta 900 mil pessoas no país. Nem todas estão em tratamento, nem todas tomam o remédio. Resultado: o mercado é muito pequeno. “Isso para o comércio de maneira geral, inclusive porque é uma medicação barata, torna o metotrexato uma medicação pouco interessante para quem comercializa medicamentos”, explica Geraldo Pinheiro, o presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia.
Nos últimos seis anos, três laboratórios abandonaram a fabricação do remédio. Existe um substituto, mas é 15 vezes mais caro. “Tem dia que eu não posso fazer as coisas. Quero ver minha casa limpinha e não consigo levantar o braço para limpar em cima do armário”, lamenta dona Penha. Outra doença que tem sido abandonada pelos laboratórios é a hipertensão crônica, que atinge 5% dos brasileiros que sofrem de pressão alta. Dona Nilza Mainardi é um deles e precisa tomar diariamente o remédio minoxidil. “Eu fiquei dez dias na CTI por causa da falta do remédio, que fez a minha pressão subir demais”, conta. O motivo apontado pelos médicos para a falta do remédio é o mesmo. “Acredito que não gere lucro e não seja um grande incentivo para as empresas que produzem”, aponta o nefrologista Renato Eick.
O laboratório Pfizer, que fabricava o minoxidil para pressão alta, disse que suspendeu a produção temporariamente por problemas na fábrica. Pedir o fim da licença de fabricação de qualquer produto é um direito garantido por lei aos laboratórios. “Não se pode pensar em medicamentos e diagnóstico como se pensa em móvel e tijolo. Saúde é uma situação estratégica e é um compromisso social”, afirma Raymundo Paraná, presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia.

    Fonte: O Globo

Prateleiras organizadas facilitam acesso aos clientes

Organização das gôndolas de dermocosméticos facilita
o entendimento do consumidor


Os dermocosméticos foram responsáveis pelo aumento da demanda de produtos destinados aos tratamentos faciais e corporais em farmácias e drogarias, pois atendem às necessidades específicas de cada tipo de pele e fortalecem a garantia da procura por produtos de qualidade e com eficácia, fatores que antigamente eram questionados pelos dermatologistas e especialistas.
Phillipe Mottard, superintendente da Divisão Cosmética Ativa da L’Oréal, comenta que com um preço médio de R$ 70,00, os dermocosméticos possuem pequeno índice de rejeição de compras. “Quem gasta entre R$ 150,00 e R$ 250,00 em uma consulta médica não irá comprometer o tratamento deixando de comprar os produtos receitados.” Segundo o executivo, a categoria é um dos maiores trunfos para o varejo farmacêutico, pois traz as consumidoras a esse canal.
Mottard diz que hoje a farmácia tem produtos de diversas categorias, por exemplo: hidratação do corpo, cabelo, mãos, pés, etc, geralmente divididas entre os produtos massivos e os produtos éticos, onde estão inseridos os dermocosméticos. Dessa forma, o gerenciamento é uma regra importantíssima. “Talvez a mais importante. Não se pode misturar produtos massivos com os chamados éticos, pois o público alvo é completamente distinto.”
É importante ressaltar que o merchandising das marcas oferece resultados positivos para a farmácia, pois torna o ponto de venda mais atraente e acaba chamando a atenção de um consumidor com maior poder de compra.
Cinara Oliveira, gerente de marketing da FQM Derma, lembra que a linha de dermocosméticos deve sempre estar acompanhada de produtos para tester ou amostras para que a consumidora possa avaliar a cosmética e o produto, antes de comprá-lo. “É importante que os produtos em lançamento ou em sazonalidade, fiquem em local mais visível para as consumidoras. No verão, por exemplo, é a vez dos fotoprotetores”, diz.
  
Fonte: Guia da Farmácia